Carnaval não é só festa

Carnaval não é só festa

Escrito por Criável

Precisamos reconhecer o valor das Escolas de Samba


Após um hiato histórico, os desfiles das Escolas de Samba estão voltando. Nós, como Pesquisadores de Tendências apaixonades por Cultura Brasileira, enxergamos esse momento como uma das mais importantes manifestações culturais e de comportamento do Brasil, carregada de inovações, pautas relevantes e estéticas riquíssimas que precisam ser observadas e reverenciadas.


IMPACTO NA ECONOMIA

Só no Rio, o Carnaval movimenta em média 4 Bilhões de Reais, como mostrou um levantamento recente realizado pela prefeitura carioca e pela Fundação João Goulart.

Pra se ter uma ideia, são cerca de 43 mil trabalhadores em Escolas de Samba e blocos de rua, como soldadores, ritmistas, costureiras e ambulantes, contabilizando 75 ocupações diferentes.


O IMPACTO SOCIOCULTURAL DAS ESCOLAS DE SAMBA

As Escolas de Samba possuem papel importante de inserção social, fortalecendo o senso de pertencimento dentro das comunidades, levando Cultura aos moradores, tirando a juventude do crime e resgatando tradições valiosas.

O historiador Cesar Frezzato diz que as escolas reúnem elementos potentes em uma só manifestação: a dança, o canto, o figurino, a cenografia e a narrativa, ajudando a construir a imagem do Brasil.

Como diria Joãosinho Trinta, o Carnaval é a nossa grande Ópera Popular.


LUTANDO PRA SOBREVIVER

Fora os subsídios de prefeituras, o Carnaval precisa de patrocínio privado pra acontecer. Sendo que escolas menores, muitas vezes, não conseguem nem contar com isso. Ao longo do ano, as escolas mantêm-se de pé realizando eventos como ensaios, shows e feijoadas.

Recentemente, algumas delas estão adotando programas de sócio torcedor, como no futebol. O crowdfunding – financiamento coletivo – também já é adotado pra financiar desfiles e projetos sociais. E o torcedor recebe inúmeras recompensas ao aderir.


É POSSÍVEL UM CARNAVAL MAIS SUSTENTÁVEL?

Nos últimos tempos, pouco a pouco, o assunto começou a fazer parte do cotidiano das escolas.

Nas séries A, B e C a cultura da circularidade já existe. Justamente pela falta de recursos, muitos elementos costumam ser reaproveitados ou passados adiante. Algumas escolas do Grupo Especial também repassam itens de desfiles passados pra outras séries.

Em Vitória, no ES, as fantasias e materiais descartados após os desfiles mais recentes foram direcionados pra triagem pra serem comercializados por catadores.

Existem inúmeras formas de se pensar o assunto. A gente, amaria, por exemplo, que existisse uma loja onde pudéssemos comprar fantasias e aviamentos de segunda mão, usados por escolas em carnavais passados. Quem vai fazer, hein? 😉


PAUTAS URGENTES

Escolas de Samba também são símbolos de luta e resistência e têm, cada vez mais, realizado enredos fundamentais na sociedade atual brasileira. Esse ano de 2022 nos chamou atenção o número de enredos do Grupo Especial do Rio que irá abordar a resistência preta. Salgueiro, Paraíso do Tuiuti, Portela e Beija-Flor são escolas que vão tratar diretamente sobre o assunto. Já a Mocidade e a Grande-Rio falarão através do viés da fé e dos orixás. Mangueira e Vila Isabel através da história de seus ícones pretos, como Cartola, Jamelão, Delegado e Martinho da Vila.


5 PERFIS PRA MERGULHAR


Esse conteúdo foi produzido com muito amor pelo CRIÁVEL e pela TROCA <3

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