Escrito por Criável
Com a chegada da Oficina de Metas no CRIÁVEL, nos demos conta de que muito de vocês ainda não conhecem a Lívia Marttins – essa nossa super colaboradora, que não saca tudo só de branding e moda, como de autoconhecimento e marca pessoal.
Mais conhecida nas redes sociais como @amartt, a Lívia Marttins criou a partir da sua própria história um método de autoconhecimento cuja principal ferramenta é a criatividade. Parece simples? E é mesmo. Mas nem por isso os resultados, desdobramentos e encatamentos que saem dele deixam ser surpreendentes. Em tempos como esse, de pouca ou nenhuma estabilidade, a Lívia Marttins ressalta que “se você vive alinhado com o seu propósito e profundamente conectado à sua essência, tudo ao redor pode ruir e mesmo assim você estará firme”. E a Oficina de Metas é sobre isso. Bateu pra você? Então mergulha com a gente nessa entrevista.
Lívia Marttins, me fala um pouquinho de você?
Sou formada em design de moda, onde conheci o branding e o entendi como um grande processo de autoconhecimento para empresas. A partir daí, conheci também o conceito de marca pessoal, me interessando cada vez mais por pessoas. No meio disso tudo, estudei design thinking, arteterapia, além de outras terapias holísticas pelas quais eu sempre me senti atraída. Um dia, então, eu me dei conta de que eu tinha que seguir o meu próprio caminho e desenvolver uma forma muito própria de compartilhar os conhecimentos que eu tinha adquirido, mas que na época eu ainda não sabia como passar, assim, na íntegra. Hoje eu tenho, por exemplo, uma formação em Fogo Sagrado Alinhamento Energético, e por mais que eu esteja apta como terapeuta, sempre acabo desenvolvendo a minha maneira de atender.
O coração do seu trabalho então é essa criação de novas metodologias?
Sim, nesse processo me descobri como uma pessoa que desenvolve metodologias criativas de autoconhecimento. Eu mesma já me reinventei muitas vezes durante a minha trajetória, então, pra mim, isso faz muito sentido.
Você também fala muito sobre o pensamento quântico. Como isso se conecta com a criatividade e o reinventar a si mesm@?
Quando eu conheci o pensamento quântico (que é uma interpretação, digamos, espiritual da física quântica) eu pude confirmar toda a minha lógica de pensamento; de que você é capaz de atrair e manifestar o que deseja, sempre se conectando a pensamentos positivos, que vibrem aquilo que a gente gostaria de trabalhar. Hoje em dia, se eu sinto uma dor, a primeira coisa que eu faço é meditar sobre esse pedacinho do meu corpo, colocar a minha atenção ali. Eu acredito que somos feitos de emoções – ou energias em movimento – e que nós podemos manipular esse fluxo a nosso favor através da nossa atenção.
E como surgiu a Oficina de Metas mais especificamente?
A Oficina é o resultado de práticas que há muito tempo eu venho realizando. Eu sempre conversei muito com os meus cadernos, usando minhas canetinhas coloridas, que muitas de nós amávamos quando estávamos na escola, para me expressar. Levei esse hábito para a vida adulta e nele encontrei a minha linguagem visual. Aos poucos, comecei a criar cadernos de intenção, onde eu escrevia colorido sobre o que eu gostaria de realizar a cada ano. Acabei desdobrando esses cadernos em folhas grandes que foram parar nas paredes do meu quarto, e finalmente, em 2014, comecei a sentir que podia compartilhar essa prática que tanto me ajudava a manter o foco e a vibrar naquilo que eu desejava.
Mas ao fim de um ano tudo sempre se concretizava?
Não, mas mesmo que não se concretizasse, seguia sendo o meu norte. É muito interessante ver como, ano após anos, determinadas metas se repetem no seu mapa (pra quem não sabe, a Oficina culmina na criação de um Mapa de Metas, com direcionamentos claros para que os sonhos se transformem em conquistas). Algumas coisas eu venho colocando nos meus mapas há 3, 4 anos e só em 2019 fui capaz de realizar, como ser assídua na meditação e no yoga. É uma ferramenta muito poderosa que faz com que a gente siga no nosso caminho mesmo que algumas coisas levem mais tempo, sem se deixar abater tanto pelos fatores externos.
E desde 2017, quando a Oficina tomou forma, quais foram as suas principais conquistas?
Ah, uma das principais é ter realizado muitas edições sempre com uma turma boa. Ter tocado muitos corações com certeza é um motivo de orgulho pra mim. Tenho depoimentos lindos de pessoas que resgataram o seu brilho e perderam mais de 50kg, ou tiveram a coragem de deixar um trabalho para trás, ou encontraram um novo amor, ou desabrocham em uma vocação que, depois elas descobrem, tem uma raíz ancestral. Muitas pessoas que participaram das Oficinas de 2018 para 2019 voltaram esse ano para refazer seus Mapas em 2020.
Tenho uma participante que fez uma verdadeira revolução na vida. Ela intencionou com muita força e colocou uma chuva de coisas no Mapa que foram se realizando de um jeito meio caótico até, mas trazendo uma potência incrível. Já em 2020 ela voltou para desenhar um ano mais clean, de continuidade.
O caos é interessante porque ele pode ser justamente o que nós precisamos para fazer mudanças e escolhas importantes. Você recomenda a Oficina em um momento tão caótico quanto o que estamos vivendo? Faz sentido pensar em metas agora?
Claro! Primeiro porque isso vai passar. É hora de manter o foco e a saúde mental em dia. A Oficina, assim como outros caminhos, é um jeito de aproveitar esse momento para todo mundo se reconectar com a sua essência e com aquilo que verdadeiramente quer realizar. Esse tempo em casa é uma oportunidade pra gente já começar a se reinventar, porque com certeza ajustes vão precisar ser feitos nessa nova fase. A Oficina não é um checklist de metas objetivas, ela é sobre entrar em contato com o seu poder pessoal. Se você vive alinhado com o seu propósito e profundamente conectado à sua essência, as coisas ao redor podem ruir que por dentro você estará firme.
E que outras ferramentas você já desenvolveu além da Oficina de Metas?
Tem o Mapa de Potências com essa mesma pegada bem criativa e lúdica. Durante um encontro o participante fala livremente, de forma bem intuitiva, a partir de algumas perguntas. Enquanto isso, eu busco extrair o que pode ser um clique, organizando essa fala em anotações que materializam o lado luz daquela pessoa. O meu foco é sempre na potência. Acho que eu sou boa nisso, em ver o copo meio cheio. Alguns participantes chegam aqui, eu diria, a beira de uma depressão, perdidas, sufocadas, e no Mapa de Potências acabam reencontrando o seu poder pessoal.
O mais importante é que eu sou só uma facilitadora disso tudo, tanto no Mapa de Potências, como na Oficina de Metas. Mas é você quem cria, quem se cria. É a sua fala, a sua percepção, as suas respostas, a sua criatividade. Acho importante empoderar as pessoas dando a elas a responsabilidade do seu despertar, do seu autoconhecimento. Se eu falo alguma coisa é só pra servir de espelho. O meu trabalho é o de ligar os pontos e trazer clareza.
Além disso, tenho um trabalho para o desenvolvimento de marca pessoal, o Guia Bússola. No momento ele está sendo reestruturado para que se torne um projeto coletivo, a ttrama (que é amartt ao contrário!). Ao mesmo tempo que o meu trabalho tem muito a ver com o desabrochar de uma identidade, eu percebo que as coisas só acontecem quando estamos no coletivo. Então está nascendo esse projeto de co.criação.
E no que você se inspira para criar tantas coisas?
O que me inspira são as próprias pessoas. Seus repertórios, vivências, relações. A genialidade da natureza é outra coisa. Agora mesmo eu tô aqui olhando uma banana ainda verde amadurecendo, sabendo que daqui a pouco ela vai cair doce e com uma embalagem surreal. Eu me inspiro na sabedoria do tempo e a natureza ensina muito sobre isso. Também tem a espiritualidade e a certeza de não se estar só. De que há um mundo para além do material que nos ajuda a viver essa realidade 3D. Eu me considero uma pessoa de fé. Tenho o meu santuário, oro toda noite, acredito no poder das entidades, trabalho da Umbanda, convivi com um irmão médium… Então sempre tive a certeza de uma existência maior e isso guia o meu trabalho. O que me move é esse despertar do que viemos fazer na terra. Qual é o seu propósito? O que te toca aqui? Sei que todos nós temos um caminho individual de experimentar e deixar a vida fluir, mas sinto que a gente também pode deixar um legado, uma reflexão, ainda que seja sendo. Cada um é um universo e uma peça única nesse grande quebra-cabeça que é a humanidade.
Então o segredo é pensar a individualidade a partir dessa escuta do coletivo?
Sim. É importante se validar através do mundo ao redor, da troca. O caminho individual poder ser mais confortável porque ouvir a opinião dos outros dá trabalho. Mas, pra mim, é fundamental que a construção do nosso ser, da nossa comunidade, do nosso planeta, de quem somos no plural, saiba acolher o desconforto do que é diferente. O pensamento quântico também fala sobre isso tudo. As vibrações de mais baixa frequência se alimentam do pensamento egoísta, autocentrado, enquanto as vibrações mais elevadas, do amor e da compaixão, nutrem a terra e a vida. É importante intencionar metas que não sejam boas só pra gente, mas que reverberem ao redor. Olhando aqui para o meu mapa de 2020 vejo que intencionei viver com menos, ser uma pessoa capaz de transformar realidades, de ser mais paciente e resiliente nas minhas relações. Tudo isso fala de uma interação com o outro, de uma consciência sobre o coletivo. Até mesmo para intencionar dentro do seu campo de possibilidades, uma outra regra de ouro do pensamento quântico, você precisa olhar ao redor e se validar através da sua tribo. Ainda mais em um momento como o nosso.
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