Escrito por Criável
De uns tempos pra cá, a palavra propósito definitivamente ficou na moda. Mas será que você sabe o que ela realmente significa para a sua marca; e ainda, o quanto o seu negócio pode crescer com ela?
Muitas marcas de Moda já estão adotando o termo na hora de expressarem para a sua comunidade um pouco mais do seu posicionamento. O problema é que muita gente ainda erra a mão nesse sentido, ora banalizando o conceito, ora confundido propósito de marca com essência. Isso sem falar nas marcas que anunciam propósitos admiráveis e logo deixam a desejar, decepcionando seus seguidores e criando um problema gigantesco (que pode levar até à falência).
Propósito é a razão de existir de uma marca. Ela é a causa, o porquê, a grande motivação por trás do seu negócio.
Em um dos TED Talks mais assistidos de todos os tempos, o especialista em liderança Simon Sinek explica que o propósito é justamente o que conecta a sua marca com a sua comunidade (de seguidores, colaboradores internos e externos, fornecedores e clientes), porque as pessoas não compram o que você vende, mas o que você acredita.
A marca de cosméticos Lush, por exemplo, acredita que é possível ter produtos de beleza incríveis causando o mínimo impacto negativo no meio ambiente.
Já a marca de moda íntima Pantys, tem como propósito empoderar mulheres através da conexão com os seus corpos e ciclos.
Então quando você compra um shampoo em barra da Lush, livre de crueldade animal, ingredientes nocivos para a natureza e embalagens plásticas, você está, na verdade, defendendo a crença de que nós precisamos transformar a forma como fabricamos e consumimos cosméticos.
Assim como, quando você compra uma calcinha menstrual ou um sutiã de amamentação da Pantys, você está apoiando todo um movimento de autocuidado feminino.
As primeiras perguntas que você deve se fazer é: Por que eu faço o que faço todos os dias? O que me motiva a levantar da cama e trabalhar?
Você também pode pensar em quais problemas/ dores a sua marca está solucionando (ou, pelo menos, tentando solucionar) para as pessoas.
Voltando aos nossos exemplos, nós podemos dizer que a Lush soluciona um problema comum para pessoas apaixonadas por cosméticos tradicionais que querem começar a usar produtos mais naturais/ artesanais, mas desejam as facilidades de uma grande marca – como a garantia do padrão de qualidade, uma experiência de compra online descomplicada e uma gama bastante diversificada de produtos.
A Pantys, por sua vez, desenhou uma calcinha tão bonita e tão eficaz em absorver o sangue menstrual (como qualquer absorvente no mercado), que permitiu muitas mulheres adotarem hábitos mais saudáveis para os seus corpos e para o planeta.
No fim das contas, a mensagem que essas marcas entregam é “Você não tem mais motivo para não aderir aos cosméticos naturais” ou “Você não precisa mais continuar usando absorventes descartáveis! Nós já solucionamos esse problema pra você”.
Propósitos são múltiplos e podem evoluir com o tempo. A marca de estilo de vida Patagônia sempre foi engajada, mas lá no início o seu propósito era criar equipamentos de escalada para melhorar a experiência e a performance dos esportistas da época.
Com o tempo, a marca foi percebendo que a sua causa era muito maior, e que ela podia usar a voz dos atletas de outdoors que vestia para defender e divulgar pautas ligadas ao meio ambiente. Hoje, a Patagônia é uma marca que não só produz bastante conteúdo sobre o assunto, como apoia financeiramente diversas pesquisas, ativistas e movimentos sociais.
Ou seja, se você é uma marca pequena, você não precisa ter um propósito maior que as próprias pernas. Olhe com atenção para a sua comunidade, para as pessoas que você tem a sua volta, e veja como a sua marca pode ajudar.
É importante que, ao definir o seu propósito, você seja realista, tanto no sentido de se comprometer de forma objetiva com alguma causa, como no sentido de conhecer os seus limites atuais. Abra o seu coração, se permita pensar nisso e saiba que conforme a sua marca for crescendo, o seu propósito também poderá evoluir.
Lembra que lá no início desse post a gente disse que não cumprir com o propósito pode até levar à falência? Pois é, o propósito não pode ser da boca para fora!
O “tribunal da internet” está aí e, além de antiético, hoje em dia pode ser muito perigoso falar bonito, emocionar as pessoas com um propósito dos mais nobres, e no fim das contas ter práticas internas tóxicas, abusivas.
Se por um lado o propósito é o fio condutor capaz de conectar o seu negócio aos seus consumidores, por outro, não há nada como a falta de seriedade no cumprimento desse “acordo” para derrubar uma marca e fazê-la perder toda a sua credibilidade.
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